O Município

Dados do município.

Dados do município/localização

Fundação: 13/11/1615
Emancipação Política: 13/11/1615
Gentílico: CABO-FRIENSE
Unidade Federatíva: RJ
Mesorregião: BAIXADA LITORÂNEA
Microrregião: REGIÃO DOS LAGOS
Distância para a capital: 155 KM

Dados de características geográficas

Área: 413,45
População estimada: 238166
Densidade: 576,28
Altitude: 4
Clima: TROPICAL QUENTE ÚMIDO
Fuso Horário: Hora de Brasília (UTC-3)
O nome "Cabo Frio" não é por acaso e revela a principal característica da região. Ele foi dado por Américo Vespúcio em 1503, que, ao ancorar na Praia da Rama (hoje Praia dos Anjos, em Arraial do Cabo), notou as correntes de água geladas. Este fenômeno, hoje conhecido como "ressurgência", traz águas profundas e ricas em nutrientes para a superfície, tornando a região única. Antes da chegada dos europeus, a área era habitada por índios Tamoios.
A trajetória de Cabo Frio é uma das mais antigas e estratégicas do Brasil. Desde a sua descoberta, marcada pela cobiça de potências estrangeiras, até sua consolidação como potência do sal e, hoje, do turismo, a cidade foi um ponto vital no litoral fluminense.

O Período Pré-Colonial e a Descoberta (1503)

Antes da chegada dos europeus, a região era densamente habitada por índios Tamoios. Em 1503, o navegador Américo Vespúcio, em uma de suas expedições exploratórias, ancorou na região. Foi ele quem batizou o local de "Cabo Frio", uma referência direta às águas geladas que encontrou — fenômeno que hoje conhecemos como ressurgência.

A excelente qualidade do pau-brasil na área rapidamente atraiu a atenção de corsários e piratas, especialmente franceses e holandeses, que começaram a explorar a madeira e a estabelecer relações comerciais com os Tamoios.

O Domínio Francês (1556)

Ignorando o domínio português, que estava mais focado no litoral nordestino, os franceses intensificaram sua presença no sudeste. Em 1556, eles estabeleceram um domínio franco na região ao construir uma feitoria fortificada, a "Casa da Pedra", nas margens da Lagoa de Araruama (onde hoje se localiza São Pedro da Aldeia). A aliança estratégica com os Tamoios, inimigos dos portugueses, consolidou o poder francês na área por duas décadas.

A Guerra de Cabo Frio (1575)

Incomodado com a base francesa e a resistência Tamoio, o governador do Rio de Janeiro, Antônio Salema, decidiu eliminar essa ameaça de uma vez por todas. Em 1575, ele organizou um poderoso exército com tropas de Guanabara, São Vicente e Espírito Santo, fortemente apoiado por uma tropa de índios tupiniquins catequizados (rivais dos Tamoios).

Seguindo por mar e terra, Salema liderou a chamada "Guerra de Cabo Frio". O conflito foi brutal e resultou na destruição da feitoria francesa e no massacre de milhares de Tamoios, liquidando o último bastião da Confederação dos Tamoios na região e pondo fim aos vinte anos de domínio francês.

A Fundação e Colonização (1615)

Mesmo após a guerra, a região continuou vulnerável. Em 1615, o governador do Rio de Janeiro, Constantino Menelau, que inicialmente havia feito um acordo secreto com ingleses para traficar pau-brasil, foi obrigado a combatê-los após ser enganado.

No mesmo ano, recebendo ordens diretas do Rei Filipe III da Espanha (que na época também era Rei de Portugal, durante a União Ibérica), Menelau foi instruído a retornar à região para, finalmente, estabelecer uma povoação e garantir a posse portuguesa.

Em 13 de novembro de 1615, Constantino Menelau, com 400 homens (entre brancos e índios catequizados), ergueu a Fortaleza de Santo Inácio e fundou a cidade de Santa Helena do Cabo Frio. A cidade tornou-se a sétima mais antiga do Brasil e um ponto estratégico de defesa.

O Ciclo do Sal e o Desenvolvimento Urbano (1650 - 1660)

Por décadas, a cidade lutou para se desenvolver. A virada econômica veio entre 1650 e 1660, quando uma grave crise de abastecimento de sal português no Brasil forçou a metrópole a olhar para as potencialidades locais. A cristalização natural do sal na Lagoa de Araruama, que já era conhecida, passou a ser vista como estratégica.

Esse impulso econômico permitiu o surgimento de um novo centro urbano, planejado junto à atual Praça Porto Rocha. Foi rasgada a Rua Direita (hoje Érico Coelho) e foram construídos os edifícios que formavam o Largo da Matriz: a Igreja de Nossa Senhora da Assunção, o sobrado que abrigava a Câmara e a Cadeia, e o pelourinho, símbolo da autoridade municipal.

Expansão e Defesa (1720)

No início do século XVIII, a defesa de Cabo Frio foi reforçada com o armamento do Forte de São Mateus (construído em 1620, no lugar da antiga Fortaleza de Santo Inácio). A capitania passou a contar com um terço de infantaria e um regimento de cavalaria.

A cidade expandiu-se: a Igreja Matriz foi ampliada e foram construídas a Capela de Nossa Senhora da Guia, no Morro do Itajuru, e a Igreja de São Benedito, no Largo da Passagem. Nesta época, a cidade tinha cerca de 1.500 habitantes, enquanto outros 10.000 se espalhavam pela capitania (sendo metade composta por escravos negros).

A economia ia além do sal (cuja produção era abundante, apesar da repressão portuguesa), destacando-se plantações de anil, coxonilha, cana-de-açúcar, mandioca e a criação de gado na Fazenda Campos Novos.

O Século XIX: Visita Imperial e a Questão Negreira

Em 1847, a cidade recebeu a visita do Imperador Dom Pedro II, estreitando os laços com o governo imperial. D. Pedro II doou verbas para a cobertura da Fonte do Itajuru e para o Charitas (hospital), que se mostrou crucial durante as devastadoras epidemias de febre amarela e varíola que assolaram a região. O Imperador também visitou e incentivou as Salinas Perynas, um estabelecimento modelo que introduziu métodos modernos de produção de sal.

Contudo, o século XIX também foi marcado pela "Questão Negreira". A região viu um aumento de fugas, rebeliões e formação de quilombos. Após a proibição do tráfico transatlântico, as praias de Cabo Frio (como Peró) e Búzios (Rasa e José Gonçalves) tornaram-se pontos notórios de desembarque clandestino de escravos. A situação era tão crítica que a Marinha Inglesa, em desrespeito à soberania brasileira, chegou a desembarcar fuzileiros navais na região para apreender navios negreiros.

O Século XX e a Atualidade

Cabo Frio entrou no século XX como a maior produtora de sal do Brasil, mas viu essa indústria entrar em declínio e ser gradualmente substituída por sua vocação natural: o turismo. Hoje, a cidade é um dos maiores centros turísticos do país, famosa pela areia branca e fina de suas praias e por um clima tropical onde o sol brilha o ano inteiro, atraindo visitantes do Brasil e do mundo.
A cultura cabo-friense é um vibrante mix de história colonial e um moderno estilo de vida praiano. O Bairro da Passagem, o "marco zero" da cidade, preserva o charme do passado com suas ruas de pedra e casarões coloniais, abrigando hoje um sofisticado polo gastronômico e boêmio.

Nas praias, especialmente na Praia do Forte, o surf e os esportes náuticos ditam o ritmo. A cidade também é famosa pela Rua dos Biquínis, considerada o maior polo de moda praia do país. A herança da pesca artesanal e a história das salinas (hoje desativadas) ainda são partes fundamentais da identidade local.
Administrativamente, o município de Cabo Frio é dividido em dois distritos principais, que organizam seu vasto território:

1º Distrito (Sede): Compreende o centro da cidade, o Bairro da Passagem, a Praia do Forte, e a maior parte da infraestrutura turística e administrativa.

2º Distrito (Tamoios): Uma área em franca expansão, localizada ao longo da Rodovia Amaral Peixoto e às margens da Lagoa de Araruama. Possui uma subprefeitura própria para gerenciar as demandas locais.

Além dos distritos, a cidade é composta por dezenas de bairros, cada um com suas características únicas.
Caribe Brasileiro: A região é frequentemente chamada de "Caribe Brasileiro" devido à cor da areia, que é muito branca (rica em quartzo), e ao tom inacreditável da água, que varia do azul-turquesa ao verde-esmeralda.

A Água Fria é Boa!: A famosa água gelada é causada pela ressurgência. Esse fenômeno, além de refrescar, traz uma enorme quantidade de nutrientes do fundo do oceano, tornando a região um dos pontos mais ricos em vida marinha do Brasil.

Engenharia Antiga: Na construção do Forte São Mateus, foi utilizado óleo de baleia e conchas trituradas como argamassa (o "cimento" da época) para unir as pedras.

A Areia Não Esquenta: A areia da Praia do Forte é composta por grãos de quartzo muito finos e claros. Isso faz com que ela reflita a luz solar em vez de absorvê-la, permitindo que se possa andar descalço nela tranquilamente, mesmo no sol mais forte.

HINO

Cabo Frio, minha terra amada,
Tu és dotada de belezas mil,
Escondida vives num recanto,
Sob o manto deste meu Brasil…

Noites Claras teu luar famoso,
Este luar que viu meus ancestrais…
O teu povo se orgulha tanto,
E de ti, não esquecerá jamais…

Tuas praias, Teu Forte,
Olho ao longe e vejo o mar bravio
A esquerda um pescador afoito,
Na lagoa que parece um rio…

O teu sol, que beleza!
No teu céu estrelas brilham mais…
Forasteiro, não há forasteiro,
Pois nesta terra todos são iguais…

Autor: Victorino Carriço

BRASÃO


BANDEIRA


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